segunda-feira, 13 de abril de 2009

FELIZ PÁSCOA!

Segundo meu amigo, um bom carola e pecador animado, a partir do domingo de páscoa ainda temos 50 dias para desejar feliz páscoa para as pessoas.
Então, ainda estou no clima e partilho com vocês um lindo texto enviado pela professora Lenilde Cordeiro do IFPB. Ela traçou um paralelo entre a vida-assassinato-ressurreição de Jesus Cristo e a da freira Dorothy Stang na Amazônia. Há um documentário belíssimo sobre a missionária norte-americana que eu recomendo, não sei o nome, passou na teve Senac, digitem no Google, onde estamos todos. Enfim, isolei a parte em que ela fala sobre Jesus Cristo, porque achei tão bela, parece que ressuscitou em mim a admiração pelo Deus humanizado de forma incrível.
Leiam:
“Afinal, quem era Jesus? Por que tantos textos tratam, com tanta insistência, da vida de um homem, de uma época em que o registro histórico era tão deficiente?
A resposta é: porque foi uma vida excepcional! Jesus Cristo reinventou a fé, invertendo a lógica milenar de Deuses exigentes e vingativos, com um ensinamento simples: "amar a Deus é amar ao próximo".
O "movimento de Jesus" não era uma religião, uma seita ou uma organização política. Jesus e seus amigos perambulavam oferecendo milagres e, em troca, sentavam-se à mesa dos seus interlocutores.
Segundo Crossan (in Toledo, 1992), "o coração da mensagem do movimento original de Jesus foi um igualitarismo composto da partilha dos recursos materiais e espirituais", o que, hoje poderíamos relacionar a termos como socialismo, democracia, gestão participativa, cidadania ativa... Mas, por que foi condenado a uma morte tão cruel?
A pena de morte era exclusiva da autoridade romana. Mas, se Roma a aplicou contra Jesus, certamente não foi por questões religiosas, pelas quais os romanos não tinham o menor interesse, mas, sim, porque ele desafiava a ordem. Campeão de uma insistência subversiva em desafiar certezas e valores, só podia incomodar.. A sua comensalidade significava forçar a porta contra a rigidez das hierarquias, dos privilégios e dos exclusivismos. Ele se dava com bêbados e prostitutas. Vivia desafiando as normas formais da religião. A sua intinerância também era, segundo Crossan, um desafio radical à univocidade do templo: "Jesus ia às pessoas e não as pessoas a ele."
Jesus incomodava, porque desafiava as normas de comportamento e de organização social; porque operava curas de graça, enquanto o Templo de Jerusalém cobrava por seus serviços; porque, ao contrário das regras judaicas de conduta, disse que "o sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado". Ele dava muito pouca importância ao rigor imobilista com que os ortodoxos mandavam guardar o dia santo, como, de resto, a todas as outras proibições. Ou melhor, ele estava ali para subvertê-las, mesmo, num contínuo chamamento para a superioridade da pureza interior e, não, exterior.
Ele preocupou as autoridades, quando fez o milagre da multiplicação dos pães, (Jo 6:10), tendo atraído uma turba de cinco mil pessoas; quando, na entrada de Jerusalém, sobre um jumento, teve gente saudando-o ao redor; quando expulsou os vendilhões do Templo, aparecendo como perturbador da ordem pública.
Ele inventou um grande paradoxo: pedia para não pecar e, ao mesmo tempo, pedia compreensão para os pecadores (Lc 18:9-14), perdoava as adúlteras e, portanto, sugeria que o pecado não implica em afastamento de Deus.
Wilson (VEJA,1992), sugere que uma conspiração corria paralela ao movimento de Jesus, em Jerusalém, mas isto parece ser meramente especulativo. O fato é que, a partir de um certo momento, Jesus fica desarticulado e só. “Não há episódio mais pungente do que a agonia no horto, esperando ser preso. Os apóstolos debandaram e, ao sofrimento moral, acrescentou-se o sofrimento físico, até sua morte na cruz”.
Os romanos, nem de longe imaginavam, que , sem deixar um única linha escrita, sem montar exércitos, sem acumular riquezas e sem afastar-se mais do que alguns quilômetros de sua cidade, Jesus Cristo, de forma inexplicável, deixaria uma mensagem que sobreviveria ao seu tempo, ajudaria a demolir o Império Romano e a construir muitos outros. E que o fascínio daquele humilde pregador pacifista só aumentaria, com o passar do tempo, para estudiosos e religiosos, de todas as religiões.
As sextas-feiras das paixões sempre passam e, após todo sábado de aleluia, vem um Domingo festivo, aonde comemoramos a vitória da vida sobre a morte e da igualdade sobre a prepotência”.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

INDIGNAÇÃO

“Intelectuais” da Arábia Saudita pedem proibição de mulheres na imprensa do país

Na última quarta-feira (01/04), trinta e cinco professores universitários, magistrados, autoridades religiosas e altos funcionários da Arábia Saudita enviaram uma carta ao ministro de Cultura e Informação do país, Abdul Aziz Khoj, pedindo ques mulheres sejam banidas da imprensa no país.
Publicado no jornal Gulf News, de Dubai, o documento explica que os signatários acreditam que a presença feminina na mídia contraria a xariá, lei islâmica que proíbe mulheres - inclusive cantoras e atrizes - de aparecerem em meios de comunicação.
Segundo a Rádio Vaticano, os intelectuais pedem na carta que o Governo crie um comitê para supervisionar o xariá.

Jornais israelenses apagam ministras de foto para agradar leitores ultraortodoxos

Para agradar seus leitores, os jornais israelenses Yated Neeman e Saa Tova alteraram uma fotografia que mostra os novos integrantes de Governo do país.
Segundo a Agência Estado, as imagens das ministras Limor Livnat e Sofa Landver foram apagadas, pois os judeus ultraortodoxos não consideram aconselhável a publicação de imagens de mulheres na imprensa.
O diário Yated Neeman colocou digitalmente a foto de dois ministros homens nos lugares de Limor e Sofa. Já o semanário Saa Tova apagou as duas da foto sem maiores explicações. Procurados para falar sobre o assunto, as duas publicações não se manifestaram.
Redação Portal IMPRENSA